Alguns dados de nossa Santana de Parnaíba

Santana de Parnaíba fica a 35 km a oeste de São Paulo. Apesar da proximidade, é uma cidade de interior.

Tem uma população estimada de 109 mil habitantes.

Está em 23. lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da ONU e em 5. lugar no Índice Firjan (da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) de Desenvolvimento Municipal (IFDM) no Brasil.

O Índice Firjan avalia as três principais áreas de desenvolvimento humano: Emprego & Renda, Educação e Saúde, enquanto o IDH considera o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, a educação e longevidade.

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Quarta-feira de cinzas

Hoje é quarta-feira de cinzas.

De acordo com a Igreja, as cinzas representam dor, morte e penitência. Historicamente, o uso das cinzas foi adotado como sinal do início do tempo da Quaresma; o período de preparação dos quarenta dias (excluindo-se os domingos) que precedem a Páscoa.

O tema interessa? Então, vale ler "O que significam as cinzas?", no site Mundo Católico.

O poeta norte-americano Thomas Stearns Eliot (ou T. S. Eliot, como passou a ser conhecido), nascido em 1888, converteu-se ao cristianismo em 1927 e, três anos depois, publicou o poema Ash-Wednesday (Quarta-feira de Cinzas).

Para hoje, separei a análise de tal poema, feita por Marli Savelli de Campos, no blog Palavras Rabiscadas.

Na tradição Quarta-Feira de Cinzas é o dia separado para a reflexão sobre o dever de mudança de vida, recordando que a vida humana é passageira, transitória, efêmera e frágil – viemos do pó e ao pó voltaremos.

T.S. Eliot intitulou seu poema como QUARTA-FEIRA DE CINZAS, pois relata fragmentos de pensamentos do eu - lírico reconhecendo sua condição de criatura limitada, mostrando a vulnerabilidade do homem diante da morte. “Eis a terra que dividireis conforme a sorte/ E partilha ou comunhão/ Não importa. Eis a terra. Nossa herança”. CINZAS leva–nos a realidade de princípio e fim, simbolizando a dor, a morte, a aflição, chamando-nos ao arrependimento, para examinarmos nossas ações e lamentarmos por nossos pecados. “E rogo a Deus que de nós se compadeça”; “E que a sentença por demais não pese sobre nós ”; “Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte”; “Senhor, eu não sou digno” . É um clamor de misericórdia.

Em Quarta-Feira de Cinzas o poeta vivencia um período de alucinação que acontece num processo de DESREALIZAÇÃO – há uma desordem de pensamentos, desvios de assuntos e finalidades, falta coerência entre as partes do poema devido à sucessão de novas idéias, muda-se constantemente de objetivos, troca de um assunto para outro sem mesmo concluir o anterior, com isso o texto torna-se incompreensível. Podemos ratificar tal situação com a explanação de alguns temas abordados no poema, como por exemplos:

Na primeira parte o poeta manifesta um pessimismo extremo, marcado pela palavra NÃO: “Porque não mais espero conhecer… / “Porque não mais espero retornar” / “Porque não espero” / “Porque não…” / Porque não…” / Porque não…”. O poeta demonstra uma frustração face à vida, passa por um período depressivo, não espera mais nada deste mundo, é como se tivesse desistido de tudo, inclusive de viver.

Já no objetivo seguinte passa a fazer uma reflexão sobre a morte. Relata sua própria morte, como se saísse de seu corpo e ficasse observando sua carne e órgãos sendo devorado pela morte. “Ao frescor do dia repousavam, saciados / De meus braços meu coração meu fígado …”

Logo depois, possivelmente, esteja referindo-se ao inferno, pois é fétido, menciona demônios, trevas, e por fim, clama ao Senhor. O mesmo vulto enrodilhado ao corrimão / Sob as miasmas que no fétido ar boiavam/ Combatendo o demônio das escadas. (…) Senhor eu não sou digno.”

Em seguida, volta-se para a religião, menciona o nome de Jesus, aquele que caminhou entre os homens, “Quem caminhou entre o violeta e o violeta” ensinando-nos o plano da salvação de forma simples, através de parábolas (registrados nas escrituras), “Falando sobre coisas triviais” realizou milagres. “Tornou fresca a rocha seca e solidez deu às areias.” Jesus, que veio à terra, e foi nos ofertado para que pudéssemos obter a salvação “Nas entranhas do mundo e ao mundo oferto” . E o povo foi contra Jesus e o crucificaram “E contra o Verbo o mundo inquieto ainda arremete” Jesus diz: “Ó meu povo, que te fiz eu”.

Enfim, relatamos alguns dos temas abordados no poema, no intuito de comprovar a desordem entre as relações de uma divisão para com a outra, mas salientamos que, dentro de cada uma das partes também existe uma mistura de assuntos tornando-se tudo muito confuso, pois mesmo quando encontramos uma semelhança entre elas, o conjunto carece de sentido e de significado, o autor não se aprofunda nas idéias expostas, elas flutuam, por isso não nos leva a nenhuma conclusão. Toda essa desordem se dá em conseqüência da desrealização que o poeta vivencia enquanto escreve.

Podemos dizer que, com a desrealização de pensamentos a ABSTRAÇÃO está automaticamente inserida, já que é por meio dela que o poeta consegue imaginar as ações sem recorrer ao campo material, pois tudo o que ocorre no texto é um processo de criação mental, são imagens mentais abstratas, pensamentos livres, eventos imaginários que são transportados para o mundo físico. Eliot consegue transpor no seu poema, mesmo que de forma aleatória, a realidade de seus sonhos e visões, retratando sentimentos abstratos como: morte, tristeza, vida, dentre outros fatos que ocorrem simultâneamente.

A abstração foi uma das formas que o poeta encontrou para sair do mundo real e mergulhar num mundo de ilusões. Cada indivíduo tem um meio particular de se desligar da realidade e viajar num mundo de fantasias, seja por uns instantes, talvez por um período, ou a vida toda. O homem necessita de ilusão, pois é ela que nos faz suportar a realidade: é preciso se embriagar, seja de vinho, de virtude, de Deus, ou outros, para assim não afundar no poço horrível da solidão absoluta. A vida é uma grande ilusão, o REAL, é somente o Agora, dentro do tempo e espaço que as coisas estão acontecendo, o resto é pura ilusão, sonhos, mas que também são imprescindíveis, pois nos move a lutar por nossos objetivos, e tentar trazê-los para o plano material, físico, real, concreto. “Porque sei que o tempo é tempo/ E que o espaço é sempre o espaço apenas/ E que o real somente o é dentro de um tempo”.

Vivemos de ilusões porque nunca estamos satisfeitos com o que temos, a tendência é sempre pensar que o outro é melhor ou mais feliz. Mesmo com grandes conquistas, a angústia, o medo e a incerteza assolam as esperanças da humanidade, e toda conquista material não é capaz de suprir essa insatisfação.

“ Sofremos muito com o pouco que nos falta, e gozamos pouco do muito que temos”. SHAKESPEARE

Para a leitura do poema na íntegra, conheça o (muito bem elaborado) site Cultura Pará e a biografia do poeta e ensaísta pode ser encontrada aqui.

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Perguntaram a um sábio: "Existe uma única palavra que se possa seguir durante a vida inteira?" E o sábio respondeu: "Sim, ela é shu." E o seu significado é: 'Se não queremos que certas coisas sejam feitas a nós, não devemos fazê-las a outros.'(Provérbio Chinês) Pauto minha vida por essa única regra: nunca fazer aos outros aquilo que não gostaria que fizessem a mim. Seguido esse preceito, nenhum outro é necessário.

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